domingo, 16 de setembro de 2012

in Sonhos e Trilhas


FLUIDEZ

Da água e do ar,
sempre a sonhar,
Ou flutuar,
Do mar e do céu,
Dos doces, o mel,
dos tons, o pastel.

De ser
leve
a ter
quem pede
Ou permanecer
frio como a neve,
Eu juro,
Sou puro.

Puro amor,
Todo calor,
Não como o mundo quis
Mas que sempre tenta
Ser feliz,
que arrebenta
como as ondas
e detesta, das noites as rondas.

Da água e do ar,
do mar e do céu,
Não sou de plantar,
sou amargo como fel,

Duro como mármore,
vivo por um triz
pois não sou árvore,
Não tenho raiz.

Eu sou como a tinta
com que o artista pinta
e se transforma,
de pasta sem norma
em vida,
curtida.

Às vezes o tal,
Não sei se bom ou mau;
Às vezes o brilho
que ofusca quem ao gatilho.

Às vezes ninguém,
mas que quer, tanto,
A alguém cobrir com o manto
e então querer muito bem.

Forte como um touro,
luto como um mouro,
vivo à procura do couro,
do velocino de ouro.

Eu sou um argonauta
a descobrir novos caminhos
Ou do amor um pirata
roubando, sempre, carinhos.

Sou como o pavão
que se enfeita pra conquistar
Mas, também, sou a mão
Sempre pronta a alguém levantar.

Do mar e do céu,
Da água e do ar,
Eu sou o anel,
                    A aura, o luar.