sábado, 17 de dezembro de 2016

Livro Pra Passar o Tempo - 3ª publicação impressa do poeta Eugenio Ramos - Lançamento



Deputada Ana Lúcia exibe os livros autografados "Pra passar o tempo...", de Eugenio Ramos, e “Olhar Através da Alma”, da escritora Vivian Lemos, lançados no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa de Sergipe, dia 14/12/2016.
Foto ALESE/Cesar Carvalho

Pra Passar o Tempo - Livro do poeta Eugenio Ramos - Lançamento

Noite de Cerimônia quando foi lançado o livro "Pra passar o tempo...", no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa de Sergipe, dia 14/12/2016.


 O presidente da APLASA, Chiko Só, e o presidente da Associação Sergipana de Imprensa, Cleiber Vieira, assistem enquanto Eugênio Ramos declama acompanhado do artista plástico Ismael Pereira

Foto ALESE/Cesar Carvalho

Livro "Pra Passar o Tempo..." - Lançamento

O Secretário de Cultura do Estado de Sergipe e Catedrático da Academia de Letras de Aracaju, Irineu Fontes, discursa na solenidade em que foi lançado o livro "Pra Passar o Tempo", do poeta Eugenio Ramos, no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa de Sergipe, dia 14/12/2016.



Ao fundo, da esquerda para a direita, Cleiber Vieira, presidente da ASI, Marcos Aurélio, Diretor de Comunicação da ALESE, o poeta Eugenio Ramos e a deputada Ana Lúcia.
Foto ALESE/Cesar Carvalho

Lançamento do livro "Pra Passar o Tempo..."

A Jornalista, (Editora do Jornal O Capital) e Catedrática da Academia de Letras de Aracaju, Ilma Fontes, recita na noite do lançamento do livro "Pra passar o tempo...", no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa de Sergipe, dia 14/12/2016.


Ao fundo, o poeta Eugenio Ramos, a deputada Ana Lúcia, o Grupo de Teatro da ALESE e Irineu Fontes, Secretário de Cultura de Aracaju.
Foto ALESE/Cesar Carvalho

Esperança


Tempo,
Mais tempo,
dar mais tempo,
ao próprio tempo.

Então!
Aonde vão
Os tempos,
tempos passados,
Tempos amados,
tempos do senão?

E as alegrias
As tais infinitas
As eternas alegrias
que um dia encontram fim?

Fim de alegria
fim de paz
fim de certeza
de um dia ser...

Ser o que?
Ser dono do tempo?
Ser dono da verdade?
ou ser dono de si?

Dar tempo,
dar mais tempo,
para que um dia
venha o dia raiar
Numa aurora de amor.

Aurora de amor,
começo de alegria,
começo de paz
começo de certeza.

Certeza que o belo
Vem da tristeza,
Que a alegria
vem da dúvida.
Da dúvida de não ser
dono de si,
Quando se descobre que não se tem dono,
Quando de descobre que o tempo,
é infinito
e a verdade
Ê a vida.

Vida de alegrias, tristezas
belezas, horrores,
Risos...
E lágrimas.


Excerto do meu primeiro livro, Pingos de Vida

Altivez

Se há que se ser
Objeto elementar,
Partícipe fundamental,
da decadência,
Que se mantenha o orgulho íntimo
e a convicção
de não ser comum,
deixando no coração
o acalanto tentador da
Alquimia secreta
da insinuante sedução

Se há que se ser
Objeto fundamental,
Partícipe elementar
da decadência,
Não se perca
no crepúsculo da nobreza
A sutileza da
elegância,
O mínimo da
Decência,
Nem o charme
da cuidada
Displicência.

Excerto do meu segundo livro impresso, Sonhos e Trilhas

Meu Tio Fiscal

Eu venho de família com gente importante. Tem de tudo que é bom e tem de tudo que não presta. Tem vereador, desembargador, um monte de “dotô”, tem professor que nem eu, Procurador da República, até fiscal de renda. Bom, hoje não é mais fiscal de renda; é auditor da Receita.

Parte 1 - A Missão

Aí esse tio fiscal de renda foi mandado pra Serra Pelada. Vocês lembram daquele tempo que Serra Pelada tinha muito ouro, né. Parecia um formigueiro de tanta gente fuçando na terra.
Pois é, naquela época, mulher não entrava lá de jeito nenhum. E meu tio foi passar 15 dias!!!
- Eu güento!!! Só 15 dias...

Parte 2 -Turno Dobrado

Mas aí passam os 15 dias (haja descascar banana) e o substituto não chega. A ordem é de passar mais 15.
- É sempre assim, aqueles almoofadinhas de bunda ficam sem ter o que fazer em Brasília, livram a cara dos puxa sacos e a gente aqui em baixo que se vire. Mais 15 dias. Pelo menos uma graninha pra trocar os pneus do meu Simca Chambord . Dá pra guentar.
- Menino, ói, mas tem uma coisa ruim. Lá em casa é 2 veses por semana. Aqui, 9 semanas e meia sem amor?
Vou carecer de mulher...

Bom, vocês sabem que em todo canto tem aqueles trambiqueiros que arrumam tudo que você precisa, né...

Parte 3 - O Trambiqueiro

Meu tio vai todo cheio de jeito conversar com um trambiqueiro:
- Menino, ói, eu sei que você arranja tudo por aqui...
Tô precisando que você quebre um galho pra mim...

- Num sendo mulher, dotô, sou que nem macaco gordo. Quebro tudo que é galho.
- Mas, ói, é mulher mesmo, menino. Já tá nascendo cabelo na mão...
- Bom dotô, mulher não dá. Mas tem um japonesinho ali...
- Que porra de japonesinho, menino, tá me achando com cara de viado? Óiii!!!
E o trambiqueiro vai embora.
Cinco dias depois o homem tá subindo pelas paredes, com a mão cheia de calos.
Chama o trambiqueiro de novo:
- Menino, ói, agora não tem jeito. Tem que ter mulher.
- Mulher não dá. Mas o japonesinho... - Vá se foder, que merda de japonesinho.
E bota o cara pra correr.

Parte 4 - Prorrogação da Missão

Mais uma semana e chega a notícia. Tem que completar os 45 dias lá pra poder ser liberado.
Porra, que sacanagem De 15 pra 45. 45 dias só na mão...
Aí meu tio corre atrás do trambiqueiro:
- Menino, ói, tem que dar um jeito... Arranje uma mulher.
- Dotô, parece que chegou um corno ali embaixo, mas a mulher dele é coroa...
E gorda!
- Se não for muuuito gorda...
- Hummm... É uma baixinha de uns 120 kilos.
- Porra, além de casada, uma baleia? Ói, deixa pra lá.
- Mas tem o japinha, vai encarar?
- Vai embora, fuleiro.

Parte 5 - Missão Prorrogada... de novo!!!

5 dias antes do retorno, chega a notícia que o colega que ia substituí-lo morreu. Ele tinha que substituir o defunto, porque não havia efetivo nenhum em stand-by. Mais 45 dias!!!
... Na mão, mais não! O jeito era encarar a gorda.
- Menino, ói, aperreou. Cadê a gordinha?
- Dotô, desculpe, mas não vai dar mais.
- O que foi agora?
- Baixou de hospital. O corno chegou em casa e pegou ela com um moleque. Sentou a porrada nos 2, quase matou. Mas o japa...
- Porra... Ói, Menino, o que não tem jeto, já tá ajeitado, né? Mas a gente vai ter que fazer um acordo... Ninguém pode saber. Só nós três:
Você que vai acertar, eu que vou comer e ele que vai dar.

- Dá não, dotô. Tem que ser 7.
- Tá maluco, fi-duma égua. 7 é suruba. E só de macho...Óiii... Menino, isso é viadagem...
- Né não, dotô, o sinhô vai ver que tem ser 7:
Eu que vou acertar, o sinhô que vai comer, ele que vai dar...
E meus 4 jagunços pra segurar porque o japinha é faixa preta de karatê e né viado, não!
Mas é que eu tenho um óóódio dele...

Parte 6 - Enfim...

- Ihhh! Menino, ói, vou esperar chegar em casa mesmo...Vai que o Bruce Li na hora me dá uma chave de fiófó e tora meu brinquedo... Ói, eu, hein!!!

Excerto de meu 3º livro impresso, "Pra Passar o Tempo..."